Cemitério do Alecrim
Natal (Rio Grande do Norte – RN)
Natal (Rio Grande do Norte – RN)
Natal foi fundada em 25 de dezembro de 1599. Existe muita controvérsia sobre o fundador da cidade, uma vez que os holandeses, após seres expulsos da região pelos portugueses, destruíram alguns documentos oficiais ou levaram consigo para a Holanda. As especulações dos historiadores giram em torno de três nomes: Jerônimo de Albuquerque, Manuel Mascarenhas Homem e João Rodrigues Colaço. Existem duas hipóteses mais aceitas. Uma afirma que Jerônimo de Albuquerque, que teve grande participação no processo de pacificação do Rio Grande do Norte, foi o primeiro capitão-mor do Rio Grande no Norte e fundou Natal.
A outra hipótese é que a cidade foi fundada por Manuel Mascarenhas Homem, capitão-mor de Pernambuco, onde ali chegou, em 1597, com o objetivo de construir um forte e uma cidade, por causa de sua localização estratégica – costa mais próxima da Europa, pelo roteiro da África. Tratava-se de uma região então dominada por corsários franceses e índios. Sua construção se deu a margem direita do Rio Potengi, próximo à foz, no Oceano Atlântico.Natal ganhou ares de modernidade a partir do século XIX, quando o arquiteto Giácomo Palumbo montou um projeto arquitetônico que diferenciou a cidade das demais capitais nordestinas, com ruas e largas avenidas, para os bairros do Tirol e Petrópolis.
O Cemitério do Alecrim foi construído em 1856 com a proposta de ficar bem longe da cidade, pois corriam boatos aterrorizantes de que o cemitério das Rocas, o primeiro cemitério da cidade de Natal, estava assombrado. Fez-se uma trilha para a região oeste de Natal, seguindo a linha do trem, e acharam assim o terreno perfeito para construir o cemitério e a seguir a Igreja de São Pedro. Ele conta atualmente com 3900 túmulos, muitos dos quais ocupados por personalidades do estado que deixaram sua trajetória expressa na suntuosidade da ultima morada.
O cemitério está localizado na Rua Alberto Gomes. O bairro do Alecrim tornou-se referência na cidade de Natal após a instalação do Cemitério do Alecrim. Para Câmara Cascudo, existem duas versões sobre a origem do nome. A primeira refere-se às pessoas humildes que tinham o habito de enfeitar a frente de suas casas com a planta do alecrim. A segunda diz respeito a uma moradora local que costumava decorar os caixões dos “anjinhos” com galhos da referida planta. Atualmente, podemos considerar este bairro como popular, de grande porte comercial e residencial. O Cemitério Municipal do Alecrim segue o modelo de planta padrão composto por quadras alinhadas e seqüenciadas.
Ao visitar o Cemitério do Alecrim, o visitante conhecerá muito sobre a história potiguar e ainda poderá observar trabalhos artísticos de escultores e artesãos locais. Dentre os personagens importantes enterrados no cemitério destacamos: Luís Câmara Cascudo, Djalma Maranhão, Pedro Velho e Albuquerque e Maranhão, Manoel Segundo Wanderley, Cel. Urbano Joaquim de Loyolla Barata, Padre João Maria, Cel. Joaquim Etelvino Bezerra da Cunha, Izabel Urbana e Albuquerque Fondim.
Este cemitério convencional secularizado tem como particularidade o fato de agregar no interior de seu espaço dois outros cemitérios: Cemitério Israelita e Cemitério dos Ingleses. Há também um bom número de túmulos de porte coletivo vinculados a entidades cooperativas como os da Liga Artístico-Operária Norte Rio Grandense, da Maçonaria do Rio Grande do Norte e da Congregação das Filhas do Amor Divino. Somam-se ainda os inúmeros túmulos vernaculares e artísticos. Todos contribuem para compreendermos o significado histórico deste local que guarda parte da memória dos potiguares.
O Cemitério é uma instituirção cultural da sociedade ocidental. A preservação do seu patrimônio é uma das formas de legitimá-lo, assim como as atividades artísticas e culturais realizadas in loco.
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