Cemitério São Pantaleão
São Luís (Maranhão – MA)
São Luís (Maranhão – MA)
A cidade de São Luís foi fundada por franceses, depois invadida por holandeses e finalmente colonizada por portugueses. O resultado foi uma mistura única de influências que gerou um mosaico histórico como poucos outros no Brasil. Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, esta cidade é um museu ao ar livre, uma viagem de volta ao passado, e a certeza de um passeio memorável. Até o final do século passado, São Luís era apelidada de Atenas Brasileira, graças ao alto nível cultural de sua população. Ela guarda como herança da forte colonização lusitana a maior área de arquitetura colonial portuguesa existente no Brasil. São mais de 3500 edificações dos séculos XVIII e XIX na parte histórica da cidade. O primeiro cemitério de São Luís, nos moldes europeus de sepultamentos próximos às igrejas, foi estabelecido pela Irmandade da Misericórdia que era responsável pelo auxilio aos doentes, e pelo sepultamento de negros, escravos, miseráveis e condenados à morte, desde 1623.
Os sepultamentos de comerciantes e de pessoas ligadas ao poder administrativo ocorriam dentro das igrejas ou, no máximo, nas suas proximidades. A partir do século XIX houve uma sucessão de construções de cemitérios na cidade, administrados por ordens religiosas e pelo município. Somente após a Proclamação da República com a obrigatoriedade da secularização dos cemitérios é que a administração pública assumiu em definitivo o Cemitério do Gavião (1855), oficialmente Cemitério de São Pantaleão. Pode-se considerar o Cemitério de São Pantaleão como um exemplo de “Museu a céu aberto”. Lá encontramos a Capela São José; uma série de esculturas em mármore de Carrara decorrentes dos estilos Neoclássico, Realismo, Art Nouveau, e Art Déco. O turista atento deve visitá-lo para descobrir o quanto a arte funerária deste local nos ajuda a compreender nossa própria existência de vida.
O cemitério do Gavião, oficialmente Cemitério do São Pantaleão foi instalado no fim da Rua do Passeio, no bairro Quinta do Gavião. No seu interior existe a Capela São José que possui em seu interior ossuários laterais. No frontão triangular da sua fachada estão encimadas três esculturas: a caridade, a fé e a esperança – elas representam os símbolos da misericórdia. Percebe-se que ele passou por ampliações no transcorrer desses anos. A sua última recuperação deu-se em 1997 pela Secretaria Municipal de Terras, Habitação e Urbanismo. Destacam-se os ossuários ricamente decorados, instalados na parte interna do muro que dá para a Rua do Passeio. O muro do Cemitério está intercalado por grades de ferro fundido e pilares que facilitam a visibilidade interna do mesmo.
Ao visitar o Cemitério São Pantaleão, a pessoa conhecerá muito sobre a história maranhense e ainda poderá observar trabalhos artísticos de escultores e artesãos locais. Dentre as pessoas ilustres enterradas no cemitério destacamos as famílias: Coutinho de Vilhena, José Tinoco Pereira, Marcelino Gomes de Almeida, Almir Feres, Pereira Martins, Antônio José Maria, Nunes Belfort, Dr. Benedito Pereira, Homem de Carvalho Martins, Moraes Rego, Almir Panga Nina, Oliveira Carneiro, Moreira Lima.
Este Cemitério convencional secularizado tem como particularidade o fato de ser fundado pela Irmandade da Misericórdia em 1855 – Cemitério Novo da Misericórdia. Após a Proclamação da República, tornou-se secularidade, isto é, administrado pela prefeitura municipal. Em 1953 passou a se chamar oficialmente Cemitério de São Pantaleão, todavia a população local refere-se a ele como Cemitério do Gavião, vínculo com o bairro onde ele está sediado.
O Cemitério é uma instituirção cultural da sociedade ocidental. A preservação do seu patrimônio é uma das formas de legitimá-lo, assim como as atividades artísticas e culturais realizadas in loco.
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